4º Diário de Intercâmbio - Assuntos chatos a resolver (banco/operadora de celular)

E aí meu povo? Tudo certinho?
Perdoem a minha demora pra liberar os posts e não desistam de mim? Meu intercâmbio já terminou :( e foi uma correria só. Não dá nem pra acreditar em como passou tudo tão rápido!!! Foi uma experiência muito m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a, a melhor da minha vida até o momento, recomendo fortemente a todos que ainda se sentem inseguros com relação a fazer ou não.

Hoje vou falar de um tema um tanto quanto maçante, os assuntos chatos a resolver antes de embarcar no aviãozinho e ir para o destino onde viveremos experiências inesquecíveis.

Vou falar aqui o que eu tive que resolver antes de viajar, mas cada caso é um caso. Aqui está o meu, e é só um exemplo para que possa se ter uma ideia e elencar o que é necessário ser resolvido no seu caso.
Na verdade foi até bom eu ter atrasado esse post um pouco porque no item 2 tive uns probleminhas aqui e quero alertar vocês. 

     1. Banco 
Banco é um assunto muito chato para resolver né?

Para viajar eu precisei abrir uma conta universitária internacional no Santander porque minha orientadora argentina do intercâmbio me recomendou, já que é o único banco que tem agência na cidade onde fiquei. 
Os passos para abrir a conta você encontra no site do banco do seu interesse. Em geral não é nada tão complicado, mas pra mim foi, porque tive uns probleminhas com a documentação para comprovar residência, mas se sua documentação estiver ok não é tão complicado. 
Sai da agência já com o meu cartão provisório, que poderia ser usado durante a minha viagem, já que o definitivo não ficaria pronto antes da minha data de embarque, então fiquem atentos aos prazos e consulte as condições com seu gerente.
Depois da abertura da conta é preciso habilitar o uso do cartão no exterior, o que pode ser feito na agência pelo gerente ou via internet. No meu caso a minha gerente já havia habilitado para uso na Argentina e depois quando eu decidi que também queria conhecer o Uruguai habilitei pelo Internet Banking, e caso queira conhecer outro país deve-se fazer o mesmo.
É muito importante tirar todas as dúvidas no momento da abertura da conta, eu por exemplo que nunca tinha viajado para o exterior não sabia como funcionavam as coisas, quais eram as taxas, onde eu poderia sacar, quais eram os contatos caso eu tivesse algum problema, etc. Então perguntei tudinho e sai de lá bem esclarecida, mas mesmo assim quando tenho uma dúvida corro na página deles do Facebook e envio uma mensagem inbox pedindo esclarecimentos. 

2. Operadora de celular
Lidar com as operadoras de celular brasileiras não é fácil quando se está no Brasil, imagina tentar contato do exterior... 
Antes de sair do Brasil eu liguei na minha operadora (TIM) perguntando quanto seria para utilizar o chip no exterior e me informaram que eu só conseguiria usar com um plano de no mínimo R$100 por mês, e eu lógico descartei essa possibilidade. Depois expliquei a situação, que estaria fora por cerca de 6 meses e que portanto queria cancelar meu plano, eles me informaram de que o plano seria cancelado e meu chip desativado durante esse tempo, mas que eu conseguiria utilizar o WhatsApp normalmente durante o período, e que quando eu retornasse ao Brasil era só ligar lá para reativar meu plano.
Acontece que... estava eu linda, maravilhosa e contente curtindo meu intercâmbio quando uma amiga com quem eu morava me enviou uma foto com uma fatura da tal operadora, na fatura estavam me cobrando o mês de março e abril, meses em que eu já nem estava mais no Brasil e que, segundo o atendente da operadora, não seria cobrado. 
Fiquei bem brava e tentei contato por Twitter e Facebook, nos primeiros contatos me responderam, mas depois simplesmente pararam de me responder e não resolveram meu problema até hoje. Estou esperando normalizar as coisas agora que cheguei no Brasil para ir ao Procon e resolver esse probleminha, porque eu fui bem clara e tentei tomar todas as precauções possíveis para evitar qualquer mal entendido. 
Enfim, o alerta é: CUIDADO! Mesmo eu tentando evitar dor de cabeça aconteceu isso comigo, imagina se eu não tivesse nem tentado? 

Enfim galerinha, desculpem o atraso mais uma vez. 
Espero que as informações tenham sido úteis e que ajudem quem tá pensando em viajar, a intercâmbio ou a passeio, de alguma forma. 
Mil beijos e até o próximo post!

3º Diário de Intercâmbio - Pesquisas

Olá gente,

Dei uma sumida daqui porque esses primeiros dois meses foram de correria pura, fui resolver os trâmites de residência, os trâmites da faculdade, estava me adaptando ao idioma, à cultura e muitas outras coisas que conto numa próxima.

Mas enfim... O assunto do post de hoje é a pesquisa que devemos fazer antes de viajar, seja a intercâmbio ou a passeio, então lápis e papel na mão e bora anotar essas diquinhas.

1.  Pesquisa sobre os preços de passagens aéreas

Muito se fala na internet sobre os melhores dias e horários para buscar passagens aéreas e conseguir os melhores preços bem como a importância da antecedência da compra, e eu vou contar pra vocês um pouco sobre o meu dilema.

Pesquisei muito antes de comprar as minhas passagens, visitei agências de turismo, liguei nas companhias aéreas e agências de intercâmbio e já estava ficando nervosa, pois a cada dia se aproximava mais a viagem e eu corria o risco de ficar mais caro.

Fiquei sabendo que havia descontos para estudantes e me empolguei muito, no entanto durante a minha busca descobri que não são todas as companhias aéreas que oferecem esse desconto, e quando perguntei sobre ele na agência de intercâmbio descobri também que não era algo tão favorável assim, por havia casos em que saia mais cara a passagem de estudante do que uma passagem comum, com a diferença de que com aquela eu teria uma flexibilidade maior, no entanto eu buscava o melhor preço, e não flexibilidade.¹

Continuei a minha busca e optei por comprar diretamente no site da Gol, pois na Aerolíneas Argentinas a quantidade de bagagem era menor e como eu vim para passar um semestre precisava de uma quantidade de bagagem considerável.²

Enfim... Pelas passagens de ida e volta de São Paulo para Buenos Aires paguei R$1.110,04, pela Gol, saindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos e chegando ao Aeroparque e na volta fazendo o caminho inverso.

Vale lembrar que a data da viagem é um dos fatores que mais influencia no preço da passagem, pois em épocas de alta temporada (feriados e férias) é mais caro, enquanto que fora da temporada os preços são bem mais em conta, creio que isso influenciou um pouco no preço das minhas passagens.

Outro fator que pode influenciar também é o aeroporto de embarque e desembarque, pelo aeroporto de Ezeiza a passagem me saía mais cara, sem contar o trabalho que eu teria para chegar aonde iria me hospedar, porque Ezeiza está a uns 40 min do centro de Buenos Aires.

Considerei o valor um pouco alto, mas acho que as datas influenciaram no preço pois acho que são consideradas datas de temporada, no entanto o dia da viagem me favoreceu, viajei no dia 07/03 (segunda-feira) e  às segundas e terças-feiras as passagens são mais baratas, na minha pesquisa dava uma diferença de R$300,00 para viajar na sexta-feira por exemplo.

2. Pesquisa sobre os preços de seguro

O seguro saúde no meu caso foi algo exigido pela minha universidade, ele tinha que ter alguns requisitos específicos e por isso a minha pesquisa foi um pouquinho trabalhosa.

Busquei tudo na internet, fiz um milhão de cotações e a que mais se adequou aos requisitos da minha universidade e do meu bolso foi a da Allianz Seguros. 

Contratei ALLIANZ GLOBAL ASSISTANCE AMÉRICA DO SUL CLÁSSICO e paguei R$858,59, mas  o preço era de R$1.010,10, no entanto como euzinha aqui busco sempre um desconto hihi liguei na Allianz e perguntei se não havia desconto para estudantes, e me disseram que não, porém que eles poderiam me dar 15% de desconto :) :) :) 

3. Pesquisa sobre a cidade/lugares em que estará

É muito importante pesquisar sobre o lugar em que vai estar saber sobre o clima, a cultura, a história, os pontos turísticos, os lugares mais baratos para comer e comprar as coisas, etc.

De início me planejei para ficar uns dias em Buenos Aires antes de vir a Concordia, então comecei a buscar informações sobre a cidade, e não tive nenhuma dificuldade já que é o destino de muitos brasileiros. Já com relação à Concordia foi um pouco mais difícil, pois não é uma cidade tão conhecida então não achei muitas informações na internet.

É importante pesquisar sobre o lugar que vai para montar a mala, para ter uma noção de quanto vai gastar e para planejar os lugares que quer conhecer.

4. Pesquisa sobre  a universidade

Esse ponto é específico para os intercambistas de plantão \o/

Eu acho bem importante a gente ir se familiarizando com a universidade onde passaremos uma parte da nossa graduação.

Conhecer a história, o sistema de ensino, as diferenças entre a sua universidade e a universidade que vai te receber, saber sobre os projetos da universidade, procurar fotos para saber como é a estrutura física, etc.

A UNER (Universidad Nacional de Entre Ríos) é uma universidade pública, fundada em 1973, e é uma das afiliadas a Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). Tem vários campis espalhados pela província de Entre Ríos, nas cidades de  Paraná, Oro Verde, Gualeguaychú, Concordia e Villaguay.

O esquema de ensino aqui é bem parecido com o da minha universidade no Brasil, não senti grandes choques. As diferenças que percebi foram sutis, por exemplo, a existência de professores distintos para aulas práticas e teóricas e o horário de aulas, pois numa semana tenho mais de uma aula da mesma matéria e em horários variados, às vezes das 18hs às 20hs, às vezes das 19hs às 21hs, ao contrário da UNICAMP onde tenho uma aula de cada matéria por semana e com horário fixo, sempre das 19hs às 23hs. Nenhuma diferença tão brusca.

Bem pessoal esses são os tópicos que achei importante ressaltar para uma pesquisa para os viajantes de primeira viagem haha.

Espero que tenham gostado e que me acompanhem nessa aventura que está sendo esse intercâmbio. Prometo dar o máximo de mim para não sumir daqui.

Mil beijos e até o próximo!

PS¹: lembrando que essa era a minha situação, talvez pra outra pessoa a flexibilidade seja mais importante que o menor preço.
PS²: falaremos mais sobre bagagem num próximo post.

2º Diário de intercâmbio - Passaporte e documentação

E aí galera? Tudo bem?

Já cheguei na Argentina :) , estou em Buenos Aires onde vou ficar 4 dias para depois seguir para Concordia, e não sei descrever o que estou sentindo, é um misto de felicidade, ansiedade e alegria! 

Hoje temos o 2º post do diário de intercâmbio (ebaaaa!) e nele vou contar um pouquinho sobre a documentação necessária para o meu intercâmbio e sobre o processo para tirar o passaporte. Já tem bastante post aí pela internet sobre como tirar o passaporte, mas eu decidi mesmo assim falar sobre a minha experiência, porque como eu disse no post passado foi uma correria.

No dia em que me inscrevi para o processo seletivo do intercâmbio foi tudo tão conturbado que eu nem me dei conta de que ainda não tinha passaporte, mas como já disse o rapaz responsável pelos intercâmbios da faculdade me tranquilizou, mas me pediu para agilizar a retirada do documento. No mesmo dia cheguei em casa e entrei no site da Polícia Federal e solicitei o documento. O processo é bem simples e intuitivo, você preenche um formulário, sem muitas complicações, e no fim é gerado um boleto, que atualmente está no valor de R$ 257,25. Feito isso é hora de pagar o boleto. Assim que o pagamento é registrado você deve acessar novamente o site da Polícia Federal e agendar um horário para a conferência da documentação, coleta da foto e das digitais para o passaporte.

Consegui agendar um horário, logo na primeira hora, para o dia 13/10/2015, exatamente a data limite para que eu postasse os documentos do processo seletivo, então imaginem o meu desespero. Lá no posto da Polícia Federal é bem rápido o processo todo, dependendo somente da quantidade de pessoas na fila para realizar os tramites, mas como no dia que fui estava bem vazio foi tudo muito rápido.

Sai de lá com um número de protocolo do atendimento, que usei como comprovante para o processo seletivo, mas o número do meu passaporte mesmo eu só teria acesso dali a dois dias, e a retirada do mesmo somente dali a duas semanas.

Além do passaporte eu precisei providenciar alguns formulários que a minha faculdade (UNICAMP) e a faculdade de destino (UNER) exigiam, mas nenhum com grandes dificuldades.

Outros documentos que merecem atenção nesse processo são:

·         RG: deve ser recente e ter no máximo 10 anos desde a emissão;

·         Certificado de proficiência: deve estar de acordo com as exigências da universidade;

·         Formulários*: se atentar àqueles que requerem assinatura do coordenador (ex: formulário de inscrição, plano de estudos, pedido de afastamento por intercâmbio, etc).

Documentação toda pronta? O próximo passo são as pesquisas de sobre a cidade, a universidade, os costumes do país, o clima, os pontos turísticos, preços de passagens aéreas e de seguro... Mas isso conversamos numa próxima, combinado?

Mil beijos e até o próximo Diário de Intercâmbio ♥

*varia de acordo com a política de cada universidade, aqui menciono aqueles que me foram solicitados.

1º Diário de intercâmbio - Sobre o meu intercâmbio

E aí galerinha? Tudo bem por aí?

Hoje damos início a uma série de posts, que faz meu coraçãozinho muito feliz *--*, sobre o meu intercâmbio. Acho legal compartilhar com vocês essa experiência que na prática será de 6 meses mas que pra mim já começou há uns 4.

Hoje vou falar um pouquinho sobre como vai funcionar esse intercâmbio, para onde vai ser e essas coisinhas mais básicas, nos próximos posts da série eu vou falando dos outros detalhes (que não são poucos!).

Como já disse no post sobre as metas para 2016, vou para a Argentina, o país de nossos hermanos \o/ Ficarei 6 meses na cidade de Concordia, uma cidade na província de Entre Ríos, ali quase na fronteira com o Uruguai. Vou estudar na Facultad de Administración da UNER (Universidad Nacional de Entre Ríos), que é uma universidade pública fundada em 1973.

O meu intercâmbio é de graduação, ou seja, vou cursar um semestre da minha graduação lá e as matérias que eu cursar na UNER serão “abatidas” da minha grade aqui no Brasil.

Essa oportunidade surgiu com um edital lançado pela minha universidade (UNICAMP) o qual disponibilizava 18 bolsas de estudo para universidades de países da América do Sul, como Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.

Esse edital é fruto das ações conjuntas entre as instituições que compõem a Associação de Universidades do Grupo Montevidéu – AUGM, e nele o candidato concorria a uma bolsa com todos os gastos pagos pelas duas universidades, a UNICAMP dando uma quantia para custear a passagem aérea, o seguro saúde e o visto e a UNER se responsabilizando pela moradia e alimentação do intercambista, no caso euzinha.

Apesar de ter ficado muito empolgada com a ideia de fazer um intercâmbio com tudo pago para um país de língua espanhola (que eu amo!) e que eu sempre tive vontade de conhecer, confesso ter ficado desapontada quando li o edital pela primeira vez, porque para concorrer era necessário um comprovante de proficiência em espanhol e eu não tinha nenhum comprovante de um curso de espanhol, um teste de proficiência ou algo parecido, apesar de ter um nível intermediário no idioma (qualquer dia conto mais pra vocês sobre como aprendi a falar espanhol), só tinha o meu histórico escolar do ensino médio, no entanto no edital ele não era citado como um documento comprobatório, então não dei muita bola.

Então eis que no último dia (06/10/2015 - terça-feira) de prazo para entregar os documentos para o coordenador de curso assinar, postaram no grupo da minha turma que seria aceito histórico escolar como documento comprobatório de proficiência, neste momento eu que estava em casa estudando para uma prova dei um grito e um pulo da cadeira de felicidade. Tomei um banho correndo, peguei minhas coisas e sai voando para a faculdade para preencher os formulários e entregar a tempo do coordenador assinar.

Formulários entregues e coração acelerado, eis que surge um novo problema, eu não tinha passaporte, outro pré-requisito para concorrer às bolsas. Conversei com o funcionário responsável pelo planejamento de intercâmbios e expliquei pra ele a minha situação, ele disse para eu correr atrás o mais rápido possível e que eu poderia enviar o número do agendamento do meu passaporte (ufa!), daí fiquei mais aliviada, mas comecei a correria pelo passaporte (assunto para conversarmos em outro post).

Na segunda-feira (13/10/2015) os formulários estavam devidamente preenchidos, assinados e enviados, bem como meu passaporte estava em andamento, então o que me restava era aguardar a análise dos meus documentos e o tão esperado resultado. Fiquei nervosa, mas aconteceu tudo tão rápido que nem deu pra atacar a minha gastrite nervosa (ainda bem!). Já na quinta-feira (16/10/2015), para a minha felicidade, descobri que tinha sido aprovada e só faltava confirmar meu interesse, então mais que depressa o fiz.

Mesmo confirmando meu interesse fiquei com medo de algo dar errado, então fui mais uma vez falar com aquele funcionário responsável pelos intercâmbios e ele me tranquilizou dizendo que já estava tudo certo, que não tinha o que temer e que a universidade argentina não me rejeitaria.

Liguei pra minha mãe chorando de felicidade e quando ouvi seu choro do outro lado da linha abri o berreiro haha. Contei a boa nova para as minhas amigas e recebi abraços cheios de carinho misturados com lágrimas, de felicidade, claro!

Mas ainda faltava uma etapa, a aprovação da universidade argentina, enquanto eu não visse algum documento dizendo que eu fui aprovada eu não sossegaria, e foi aí que não sobrou quase nenhuma cutícula e que senti as dores da gastrite.

Os dias foram passando e o nervosismo e ansiedade só aumentavam, abria meu e-mail a toda hora pra ver se chegava alguma coisa, mas nada. Então eis que no dia 13/11/2015 recebi o melhor e-mail da minha vida, a carta de aceitação da UNER ♥

A felicidade era tanta que eu não sabia se ria ou se chorava. Foi uma festa só!

E eis que passado o sufoco da espera chegara a hora decorrer atrás de tudo e pensar nos preparativos da viagem... Mas isso eu conto numa próxima conversa.

Beijos e até mais! 

Um papo sobre gordofobia e aceitação do próprio corpo...

Faz um tempo já que eu queria falar sobre isso, mas fui covarde e todas as vezes que eu pensava em desabafar me faltava coragem e eu achava que não era preciso, que eu devia guardar pra mim, mas hoje aconteceu um episódio que me fez ter mais certeza de que esse desabafo é necessário.

Quem me conhece desde pequena sabe que sempre fui gorda*, não tive nenhuma fase da minha vida onde eu estivesse magra e isso me aterrorizou por um tempo, pois eu sempre era Mirella a gordinha da turma, não apenas Mirella, não era conhecida como todos os outros eram por Fulano filho de Bertano, Siclano filho do dono do bar, não, eu era a gordinha e sempre fui. GordINHA, no diminutivo pra parecer fofo.  

*Obs: daí vem aquela fala: “Ohhhhhh, ela disse gorda, está se menosprezando, se colocando pra baixo”, não meus queridos, não estou, muito pelo contrário, estou afirmando o que sou pois sou muito consciente de mim, mas falemos sobre isso mais pra frente.

No ensino fundamental isso me atingiu e muito, cheguei a chorar inúmeras vezes pra minha mãe porque aquela calça jeans não me servia, porque tinha que usar determinado tipo de roupa para uma apresentação e não tinha do meu tamanho, porque nos concursos de beleza que os meninos organizavam na sala eu nunca ganhava, por inúmeros motivos que podem parecer bobos para muitas pessoas, mas que para uma garota na faixa dos 8-10 anos doíam e muito. Eu tentava me destacar na turma através das boas notas, me esforçava bastante para ser pelo menos a gordinha inteligente, e funcionava, todos queriam fazer trabalho comigo porque sabiam que seria um bom trabalho, todos me perguntavam as coisas porque: “Ah pergunta pra Mirella, ela sabe tudo”.

Nessa época fiz acompanhamento com nutricionista e foi então que achei que tudo seria diferente, agora eu ia emagrecer e ter a chance de concorrer entre as mais bonitas da sala. Mas nada mudou, continuei gorda e remoendo todas as piadinhas e comentários.

Lá pelos meus 12, 13 anos a coisa ficou um pouquinho pior, chegara a época dos namorinhos... Aí meu amigo pensa numa menina que ficou bem mal... Todas as meninas do meu grupinho eram magras, e todos os meninos queriam ficar com elas e vinham dizer isso pra mim, pois é “a gordinha” servia apenas de intermédio.

O pior de tudo era que eu não falava nada pra ninguém, e até hoje poucas pessoas sabem o que se passava comigo naquela época. Eu não falava nem para a minha mãe, não porque ela não quisesse me ouvir, mas na época passávamos por muitos problemas em casa e eu não queria preocupá-la com mais um fardo que nem era dela.

Chegou o ensino médio, a melhor e pior fase da minha vida. Passei por experiências incríveis e encontrei pessoas maravilhosas, amigos que valem ouro e que levarei pra vida toda, mas também encontrei pessoas horrorosas, que me fizeram sentir bem pior e ainda por cima me fizeram sentir como se eu estivesse no lugar errado, como se eu não pertencesse àquela realidade.

O ano de 2011 foi o pior, eu odiava a minha turma, e eles me odiavam, odiava o fato de ter que deixar de fazer perguntas aos professores por medo de ser julgada e de virar piada depois. Uma foto minha foi parar na internet e os comentários eram bem maliciosos, e somente anos depois eu descobri isso.

Me pediram pra ser goleira da sala, porque a outra goleira não queria mais, aceitei porque achei que enfim estava fazendo parte de um grupo, mas não, me chamaram por falta de opção, e eu ainda ouvi comentários do tipo “Ela vai dar uma boa goleira, cobre o gol inteiro”.

Definitivamente 2011 foi um ano péssimo.

Em 2012 as coisas mudaram um pouco, conheci os meus verdadeiros amigos e foi então que me senti segura e que aquele lugar também me pertencia, mas foi nesse ano que sofri o denominado cyberbulling, sim foi horrível e quando eu li aquelas mensagens eu só sabia chorar e me sentir um lixo. Falar em morte não é um assunto legal, nem mesmo para alguém com o mesmo sobrenome que o meu hihi, agora imagine você ler a seguinte frase se tratando de você: “O que salva em você é que você curte Legião, o resto morre”.

Pois é amiguinhos...

Talvez a pessoa que postou isso não sabia o quanto me atingiu e nem se lembre disso, mas é aquele ditado né: “Quem bate esquece, quem apanha não”.

2013, ano de grandes decisões, vestibular, escolha da profissão a seguir, possibilidade de fazer faculdade em outra cidade, problemas de saúde por causa da ansiedade, mil e uma coisas passando pela cabeça, mas só elas não bastavam, algumas pessoas ainda tentaram fazer ser um ano pior, pois é, mais uma vez fui atacada na internet, mas dessa vez eu não fui a única atingida, meu melhor amigo entrou na dança, fomos chamados de “Fat Family” e umas coisinhas mais.

Olha, a essa altura do campeonato eu já comecei a sentir ódio dessas pessoas e a me questionar o que me fazia diferente delas, porque elas achavam que tinham o direito de falar de mim daquela maneira, o que fazia delas melhor do que eu?

Passei no vestibular e foi então, em 2014 já com 17 para 18 anos, que as coisas começaram a mudar e eu comecei a ser consciente de mim. Comecei a me amar como sou, a enfim me aceitar e ser feliz.

Antes eu não falava nada pra ninguém e sempre que me perguntavam se eu era feliz “gordinha”, de novo o INHA na tentativa de não ofender e parecer fofo, eu dizia que sim e que nunca liguei para os comentários, mentia e confesso que até hoje tem vezes que eu falo isso, mesmo hoje não me importando de verdade, falo porque não quero explicar que sofri sim durante a infância e adolescência, porque na verdade o meu desejo é de que a Mirella de 8 anos pudesse ter o discernimento que tem hoje e ter evitado tanta dor.

Me cansei de ouvir frases como “Nossa você tem um rosto tão bonito, porque não emagrece” ou “Você é uma gorda bonita”, “O cabelo curto ficou bom em você mesmo com o rosto redondo”, “Onde você encontra roupas do seu tamanho?” ou ainda “Desculpa perguntar mas que número você veste?”, mas nada me irritava/irrita tanto como: “Mas você não se preocupa com a sua saúde? É perigoso, né? Procura um médico sua boba ele te passa um remédio e você emagrece rapidinho”, e essa fala me irrita tanto porque eu sei que a pessoa não está de fato preocupada com a minha saúde, pra mim soa como uma crítica tentando ser coberta por uma falsa preocupação.

Caso interesse a alguém, minha saúde está maravilhosamente bem, nenhum nível de colesterol ou quaisquer outras coisas medidas pelos exames de sangue estão fora do normal, meu eletrocardiograma um chuchuzinho também, o coraçãozinho aqui está batendo no compasso haha.

Passei com um endocrinologista que me receitou pílulas para auxiliar no emagrecimento, pílulas manipuladas que custava R$200,00 a cartela, que durava pra um mês, que eu não queria tomar, e que a própria nutricionista, com quem me consultei depois, disse não serem necessárias, e ela ainda disse mais (com as palavras dela): “Flor, se eu olhasse seus exames jamais diria que você tem sobrepeso”.

Ser gordo não quer dizer necessariamente que a pessoa tenha alguma doença, e digo mais, há distúrbios, que muitos desconhecem, que faz com que as pessoas engordem, ou seja, nem sempre é falta de vergonha na cara, como muitos dizem.

Então se você é o tipo de pessoa que não pode ver um gordo e pergunta sobre a saúde dele, apenas pare porque isso não é legal. Não diga para uma pessoa gorda que o rosto dela é lindo, ela é linda por inteiro. Ahhhh, se você é do tipo que fala “Se acha com os peitões mas é gordura”, pare também meu querido, apenas pare e acho que nem preciso explicar o motivo.

Esse desabafo surgiu, pois estou acompanhando de perto uma menina de 16 anos sofrendo por não ter o corpo ideal, por se achar gorda e achar que sendo gorda ela não tem lugar. Uma garota que é incrível e que está se pautando nos padrões impostos para tentar se encaixar, uma garota que acha que ninguém vai se interessar por ela enquanto ela não usar uma calça 36.

Sei que tem gente que vai ler e dizer “Nossa quanto drama, tá se fazendo de vítima” ou ainda “Diz que não se importa com os comentários, mas aposto que ficaria feliz em perder uns quilinhos”, enfim, mil julgamentos, mas queridos tenho uns recadinhos pra vocês que acham isso: vítima eu era de mim mesma quando não me aceitava e sim eu ficaria feliz em perder uns quilinhos e em momento algum eu disse o contrário, a mensagem aqui é que eu posso, e devo ser feliz com o corpo que tenho e não é por ser gorda que eu sou menos que qualquer pessoa, ok?

Confesso que ainda tenho dilemas a resolver, como o caso do biquíni na praia ou piscina, mas estou trabalhando nisso e uma hora eu chego lá.

Para a garota de 16 anos eu digo apenas uma coisa:

“Se ame para poder amar e ser amada.”

obs: A imagem aqui publicada, assim como seus direitos autorais, pertencem aos seus respectivos proprietários e são retiradas de diversos sites que visito na internet. Caso você seja proprietário dela e queira que o seu link seja mencionado ou a imagem removida, deixe um comentário no post para que eu possa fazer as devidas alterações.

16 metas/objetivos/desejos para 2016

Olá, pessoas!

Primeiramente me desculpem pela falta de jeito em cumprimentar, ainda não pensei numa forma mais legal, mas enfim... com o tempo melhoraremos isso.
Com o começo de um novo ano algumas pessoas gostam de estabelecer novas metas e objetivos, me incluo nesse grupo e hoje quero falar um pouquinho com vocês sobre as minhas metas, objetivos e desejos para 2016.

Como boa virginiana que sou gosto de planejar muito bem as coisas, e por isso estabeleço já no início do ano aquilo que desejo pra saber exatamente onde será investida a minha energia.

2016 será um ano de descobertas, vou fazer um intercâmbio de 6 meses para a Argentina \o/ (conto mais num próximo post)! O intercâmbio era uma meta minha desde que entrei na faculdade, em 2014, e enfim a alcancei e estou muito feliz com isso.

Mas vamos deixar de enrolação e vamos às metas desse ano:

1. Cuidar mais da minha saúde: confesso que tenho deixado minha saúde como segundo plano, então vou me alimentar melhor, praticar Zumba, dormir melhor, procurar os médicos especialistas para cada um dos meus problemas (coluna, rinite, amigdalite, adenoide, miopia, etc), porque tenho só  19 anos e já estou toda estragadinha hihi.
2.  Aproveitar muitooooo meu intercâmbio: quero conhecer e vivenciar a cultura de todos os lugares pelos quais passarei, quero voltar diferente, cheia de histórias para contar e experiências.
3.  Viajar mais: quero conhecer mais lugares, outras pessoas, outras culturas e costumes, então bora arrumar a mochilinha e passear.
4.  Fazer uma nova tatuagem: já tenho uma e bem que dizem que quando a gente começa não quer mais parar, ainda estou pensando no que quero fazer, mas assim que eu tiver certeza bora pra segunda tatoo :) 
5. Colocar outro piercing: também já tenho um no nariz, agora quero colocar outro no smile e quem sabe um transversal também? Falta só criar coragem.
6.  Fortalecer minha fé: Papai do Céu acima de tudo!
7. Manter meu planejamento financeiro em ordem: preciso guardar dindin para fazer tudo o que tenho vontade e também controlar os gastos com o que é desnecessário, por que né?
8.  Fazer algum trabalho voluntário: tive uma experiência maravilhosa em 2015 e pretendo repetir a dose em 2016.
9.  Dar aula de espanhol: sempre gostei muito do idioma, e como uma das coisas que o intercâmbio vai me oferecer é a oportunidade de me aperfeiçoar nele, por que não compartilhar esse conhecimento com outras pessoas?
10. Não beber refrigerante: consegui passar o ano de 2014 inteirinho sem tomar refrigerante e me senti muito bem, dai em 2015 voltei a tomar e vi que meu corpo não reagiu muito bem, então acho que é um sinal para banir isso do meu cardápio.
11. Fazer a minha iniciação científica: além do intercâmbio outra meta que tenho desde que entrei na faculdade é fazer uma IC (iniciação científica), então esse ano vou me empenhar nisso.
12. Ler mais: tenho comprado muitos livros e os entocado nas prateleiras do meu quarto, então bora começar a abrir essas belezinhas e ficar felizinha :) 
13. Voltar para o inglês: em 2015 comecei a fazer aulas de inglês, confesso que não curto muito o idioma, mas compreendo sua importância, então vamos continuar né?
14. Não pegar DP: consegui terminar o 4º semestre da minha graduação sem nenhum exame ou DP e foi uma sensação maravilhosa, por que não repeti-la?
15. Deixar meu cabelo crescer e deixá-lo natural: quero meu cabelinho comprido e natural de novo. Depois de 4 anos com química acho que chegou a hora de deixá-lo descansar.
16. Passar menos tempo na internet: amo a internet, seus memes e a oportunidade de aprender tanto sem sair de casa, no entanto odeio o fato de perder o controle, tão facilmente, do tempo que passo nas redes sociais, pesquisando coisas não tão necessárias, etc. Nunca parei pra contar exatamente quanto tempo passo com o celular na mão acessando as redes sociais e as atualizando, mas sei que acontece quase que o dia todo, e isso consome um tempo absurdo da minha vida, tempo esse que eu poderia estar usando pra ler, aprender algo novo, ensinar também, praticar um exercício físico, sei lá. Então esse ano vou tentar desapegar um pouquinho e usar esse bem com moderação. 

Bem pessoal essas são algumas das minhas metas pra 2016, espero ter força para cumprir todas elas! Espero que todos consigam cumprir as suas também, e que 2016 seja um ano repleto de realizações e alegrias para todos nós.

Um beijo e até mais!

Congestionamento

Feriado normalmente é sinônimo de muito trânsito, seja por excesso de carros ou por algum acidente. No meu caso foi por causa deste último, uma carreta levou parte de uma passarela na Fernão Dias no dia 24 de dezembro o que gerou um congestionamento infinito. A viagem que dura, geralmente, 4 horas terminou com um saldo (negativo ao meu ver) de 11 horas!!!! Jurava que eu ia chegar para o ano novo hahaha….

Bom, enquanto estava parada observei as diversas reações que as pessoas podem ter em um congestionamento...não que eu seja especialista no caso, claro!

O primeiro caso foi o de um cara que gritava...sim ele gritava "aaaaaahhhhh..." enquanto dava uns tapas na cara, depois que percebeu que eu e minha mãe estávamos olhando (e rindo um pouco, confesso) ele ficou meio sem graça e parou...depois de um tempo ele desistiu de esperar e resolveu utilizar o acostamento.

Falando em acostamento, tem também aqueles que se consideram bons demais para ficar no congestionamento como todos os outros e resolvem ir pelo acostamento. Tudo bem, que é chato ficar parado quando você tem outros planos, mas não é justo com todas aquelas pessoas que também tem que chegar em seus destinos e estão aguardando corretamente. Claro que se for emergência, nada mais justo do que utilizar o acostamento, repito EMERGÊNCIA.

Tem os motoristas que descem para fazer alongamento, o que imagino ser necessário depois de muitas horas sentados tencionando os joelhos por causa dos pedais e por causa do cansaço mesmo.

Alguns passageiros decidem fazer caminhadas, enquanto outros (principalmente homens) fazem xixi nos lados da pista. Uns comem, outros se maquiam, e há aqueles que aproveitam para passear com os bichinhos de estimação. Tem também aqueles que aproveitam para encarar, as vezes levam tão a sério que parecem querer ver a sua alma. Junto dos que encaram tem os que aproveitam para flertar: abaixam o óculos de sol e dão uma piscadinha do tipo “olha como sou sensual” hahaha

Não podemos nos esquecer dos que acham que a buzina é a solução de todos os problemas da humanidade, já que “se eu ficar buzinando o tempo todo o congestionamento irá desaparecer e eu conseguirei continuar minha viagem tranquilamente…”

Ah, e tem os que cantam, no caso eram representados nesse congestionamento por mim e pela minha mãe. Uma seleção requintada de Rouge, Luan Santana, com um toque de Malta e Rebelde, cantadas com a ajuda de nossos microfones estilosos (guarda-chuva e garrafa d'água). Creio, que seja um efeito do trânsito: perder a vergonha e fazer o que “der na telha” para se divertir...

Quando enfim chegamos ao nosso destino, pudemos até rir de tudo isso, mas nossa, realmente é muito chato ficar num congestionamento sob um sol super forte. Por sorte tínhamos garrafinhas de água e algumas guloseimas, como diz meu irmão, para aguentar. Por isso agradeço minha mãe por sempre sair preparada para eventuais situações como essa…

Tiveram outras situações em que fiquei presa em congestionamento, mas ou eu dormia, ou eu estava sentado dentro de um ônibus e não podia perceber o que acontecia ao meu redor. Posso até dizer que foi uma experiência interessante, mas não desejo repetir a dose hahaha.

Na volta, passamos pelo mesmo caminho, mas felizmente não tinha nenhum congestionamento. Só aí conseguimos observar com prazer a paisagem que nos cercava, e nossa, como são lindas as paisagens que temos entre São Paulo e Minas Gerais!!!!! Bom, mas isso deixo para falar em outro post....

Bônus: Tinha momentos em que alguns motoristas se empolgavam tanto na caminhada e iam tão longe, que quando os trâ nsito se movia um pouco tinham que voltar correndo até onde tinham deixado seus carros… Às vezes isso era engraçado, depois começou a ficar chato hahaha